domingo, novembro 9

Quieremos Paz!

(...) "Outra das razões porque os cientistas têm tanta tendência para "atirar fora o bebé juntamente com a água do banho" é o facto da ciência em si, como já referi, ser uma religião. O Cientista neófito, recém chegado ou convertido à visão do mundo da ciência, pode ser tão fanático como um cruzado cristão ou um soldado de Alá. Isto verifica-se especialmente quando se chega à ciência partir de uma cultura em que a fé em Deus está definitivamente associada a ignorância, superstição, rigidez e hipocrisia. Temos então motivos emocionais e e intelectuais para esmagar os ídolos da fé primitiva. Uma das marcas de maturidade dos cientistas, no entanto, é a sua consciência de que a ciência pode estar tão sujeita ao dogmatismo como qualquer outra religião."

"Já afirmei que é essencial para o nosso desenvolvimento espiritual, que nos tornemos cientistas, cépticos sobre o que nos ensinaram – ou seja, os conceitos e pressupostos comuns da nossa cultura. Mas as noções da ciência também se tornam muitas vezes ídolos culturais, e é necessário que sejamos cépticos também em relação a elas. Na verdade é possível amadurecermos deixando de acreditar em Deus. O que gostaria de acrescentar agora é que também é possível amadurecermos passando a acreditar em Deus."

"O ateísmo ou agnosticismo cépticos não são necessariamente o mais elevado estado de compreensão a que os seres humanos podem chegar. Pelo contrário à razões para crer que, por detrás de noções espúrias e falsos conceitos de Deus, existe uma realidade que é Deus. Foi isso que Paul Tillich quis dizer quando se referiu ao “deus para além de Deus” (...) Será possivel que o caminho do desenvolvimento espiritual passe da superstição para o agnosticismo e depois do agnosticismo para um conhecimento exacto de Deus?"

Scott Peck "O Caminho menos Percorrido"

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