sexta-feira, dezembro 26

A Religião e a Evolução

Convido-vos a ler, meus amigos (serão imaginários?), o seguinte texto:

"Todas as religiões devem ter estado, na sua origem, relacionadas com o grau de avanço moral e intelectual dos homens. Estes últimos, ainda demasiados materiais para compreenderem o mérito das coisas puramente espirituais, fizeram consistir a maior parte dos deveres religiosos no cumprimento de fórmulas exteriores. Durante um certo tempo, essas fórmulas satisfizeram-lhes a razão. Mais tarde, porque se fez luz no seu Espírito, sentiram o vazio que deixam atrás de si e, como a religião não o preenchia, abandoranam-na e tornaram-se filósofos.
Se a religião apropriada no começo aos conhecimentos limitados do homem, tivesse acompanhado sempre o movimento progressivo do Espírito humano, não haveria incrédulos, porque está na própria natureza do homem a necessidade de crer e ele crerá desde que se lhe dê um alimento espiritual em harmonia com as necessidades intelectuais.

O homem quer saber de onde vem e para onde vai; se lhe mostrarmos um objectivo que não corresponde às suas aspirações, à ideia que ele faz de Deus ou aos dados positivos que lhe fornece a ciência e se ainda por cima, lhe impusermos condições cuja a utilidade a sua razão contesta, ele rejeita tudo. O materialismo e o panteísmo parecem-lhes mais racionais, porque com eles discutimos e raciocinamos. É verdade que se tratam de raciocínios errados * , mas preferíveis que a total ausência de raciocínio. Mas se lhe apresentarem um futuro em condições lógicas, digno em tudo da grandeza, da justiça e da infinita bondade de Deus, ele abandonará o materialismo e o panteísmo, cujo o vazio sente no seu foro Intimo e que só aceita por não haver melhor alternativa."

Allan Kardec


* Esta frase porque o materialismo é o pensamento que se apoia na crença que toda a realidade se reduz à matéria, tanto os fenónemos físicos como mentais, portanto não existe uma "continuidade" após morte ou algo Superior e dissociável à matéria: não há Esperança. Panteísmo é uma doutrina segundo a qual Deus é tomado por uma entidade impessoal, cuja a natureza está reflectida em todos os seres vivos e corpos da natureza, estando nós sujeitos a uma Unificação Universal num Todo, que será a própria Divindade anteriormente dispersa.

Assim, o autor propõe a emergência de uma doutrina descomprometida, que favoreça o desenvolvimento de um pensamento abrangente e rigoroso, que traga consigo uma severa lógica dos factos filtrados pelo crivo da razão - provenham estes de qualquer estrutura cientí­fica, filosófica ou religiosa - destinados domínios para um Integralismo imperioso e revelador. Essa doutrina existe, foi descodificada pelo mesmo.

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