quinta-feira, dezembro 11

Um pouco de Budismo


O Amigo Bruno, em avatares de um desejo, expõe uma curiosa relação das doutrinas espirituais com a Eternidade através de hipotéticas imensidões reveladas pelo orgasmo humano. Vou aproveitar para fazer uma reflexão pessoal sobre essa magnificente religião oriental. Pois bem, segundo me parece...

A vida afigura-se como uma forma de cativeiro em exílio "transitório", pelo menos precedentemente ao Nirvana. Há quem suspeite se não existirá na forma do Budismo original (dado que existe uma componente sincretista diversificada) um certo “niilismo espiritual”. De facto, apesar da obliteração do desejo ser, por um lado, algo certamente desejável e meritório, por outro, poderá este preceito igualmente incitar a um genuíno crescimento e afirmação do Eu, tanto mais na sequência deste ser o resultado de um efeito temporal e ilusório, tal como qualquer deus pessoal ou impessoal? O que será o Eu para o budismo? Qual será a Verdade manifesta ou de desejável descoberta, para não perderemos as referências na importância do Outro como fim de nossos exercícios de Amor e de Justiça social? A doutrina cristã ensina-nos que na conquista da Plenitude, a matéria, embora fugaz, existe para servir o homem na sua emancipação transcendente, mas nunca o homem deve servir de escravo para a mesma. Mas também será preciso esclarecer que a Eternidade na forma como nos tem sido transmitida eclesiasticamente, procura-nos dar uma ideia de encontro com uma felicidade estéril e sossegada, o que não poderá estar de acordo com a propria Felicidade; assim como qualquer estrutura de pensamento inspirada num paroxismo humano para uma tentativa de sua compreensão, julgo.



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